terça-feira, 3 de agosto de 2010

A brincadeira e o mundo da criança.




Inúmeras vezes, observo adultos admirados  de como seus filhos podem ficar horas e horas brincando!  Também sei de pais que, como castigo, proíbem seus filhos de brincar!
            Brincar faz parte da natureza da criança. A criança quando brinca com coisas, brinquedos, objetos vários, enfim... está tentando compreender a realidade e dirigir a esta mesma realidade um outro olhar - o seu próprio! Na brincadeira a criança transforma os objetos em outros e descobre neles a vida.
            Quando uma criança está escondida debaixo de escrivaninhas, mesas, camas ou dentro de armários está recriando situações do cotidiano na busca de um outro jeito de viver e de compreender o mundo.
            A criança que se coloca atrás de uma cortina, ou de uma porta, por exemplo, pode sentir-se leve e ondulante como a cortina ou espessa e pesada como a porta. A criança crê que ela pode integrar-se aos objetos e fazer parte deles.
            Em verdade, o mundo da criança é mágico e esta magia, espera-se, habita em nós. Quem ainda não viu uma criança fechar os olhos com o objetivo de sumir? Quem ainda (adulto) não tentou, por este expediente infantil, fechar os olhos e tornar-se invisível?
            Em cada objeto, em cada brincadeira a criança descobre um saber oculto. É como se ela desvendasse mistérios. Por isso que os objetos mudam de significação para a criança,  a cada dia. O cabo de vassoura que ontem era um cavalo poderoso e veloz, hoje é uma  bandeira do seu time ou de seu pai.
            É por causa desta busca da realidade que a criança desmonta o brinquedo para poder reconstruí-lo sob outra ótica e com outro significado.
            Para que não atrapalhemos o processo de desenvolvimento de uma criança, seria interessante que  incentivássemos a brincadeira, que proporcionássemos espaços para a criança brincar.
            É muito importante lembrar que a criança não tem noção de preço, de caro ou barato e de quantidade. A criança quer brincar, a toda hora, com tudo que ela vê. Cabe a nós, pais e educadores dar limites a ela. Não é porque ela é criança e está em desenvolvimento que a deixaremos brincar com o aparelho de som da casa, ou na janela do apartamento. Ou ainda, é inadequado exigirmos que uma criança vá a uma festa e volte limpinha. Necessitamos compreender que a criança, quando brinca, suja-se e também podemos fazê-la compreender que o aparelho de som não é para brincadeiras ou que a janela é perigosa.
            Aos adultos, principalmente pais e professores, cabe a tarefa de, ao mesmo tempo em que dão liberdade e condições para a criança brincar, devem dar limites e explicações para que ela se sinta segura em seu trabalho de construir-se ao mesmo tempo em que conhece o mundo.
            Lembrem-se sempre de que a infância é temporária, mas seus resultados são para toda a vida!
            A receita para ser bons pais é uma mistura inteligente entre bom senso, conhecimento e magia!

Isabel Cristina Hierro Parolin
PEDAGOGA - PSICOPEDAGOGA - PSICODRAMATISTA
MESTRE EM PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
MEC 10.655-PR
Isabel.parolin@bbs2.sul.com.br

Nenhum comentário: